"Uma longa viagem começa com um simples passo."

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Tá na hora de embarcar


Onde paramos da última vez? Ah sim. Meu pai estava disposto a me ajudar. Meu destino tinha mudado. O sonho estava acontecendo. Mas, antes de chegar o dia da viagem, muita coisa ainda aconteceu.

Eu tinha um contrato de estágio que se encerraria em novembro. Era órgão público: sem chances de ser efetivado. Não poderia ter sido melhor. Aquela era a hora de viajar.
Agosto de 2013 e um grande amigo que sempre conversava comigo sobre sair do país estava em contagem regressiva para ir embora. Ele tinha conseguido a bolsa do Ciência Sem Fronteiras. O sonho estava acontecendo para ele, e estava cada vez mais perto de começar para mim.
Eu, para ser sincero, tinha gastado um pouco da grana que guardei para o intercâmbio. Precisava de algo mais barato e as agências de intercâmbio, em sua maioria, oferecem preços altos para programas de curta duração. Cheguei a cogitar a passar dois meses na pequena cidade que meu amigo tinha ido. Próxima de Chicago, Estados Unidos. Concluímos que essa não era a melhor opção.
A busca por uma agência de intercâmbio tinha começado. Procuro daqui e dali e achei: AIESEC (essa merece um post inteiro só pra ela). A proposta era a seguinte: trabalho voluntário em países mais pobres (aqueles que ninguém pensa em passar as férias ou a lua de mel). O programa oferecia acomodação gratuita pelo tempo que eu passasse lá. A taxa de inscrição era barata, e eu tinha que pagar apenas a passagem (meu pai pagou) e alimentação.
Fechei contrato com a agência e precisava procurar uma vaga de trabalho voluntário pela plataforma online que eles ofereciam. O sistema era simples: você filtrava sua busca pelos países e data de disponibilidade, uma série de programas iriam aparecer e você se candidatava para eles.
Sonhava com a Europa. Eu queria ir para Budapeste, capital da Hungria (cheguei a ir pra lá mas não foi dessa vez). Budapeste tem uma das melhores vidas noturnas do mundo. E isso quem diz são as pesquisas. Eu, assim como muitos outros jovens, me encantei por essa ideia. Que lugar lindo. Vale a pena fazer uma pausa e procurar aí no google. Bom, me candidatei para dezenas de programas voluntários em Budapeste. Não tive resposta de nenhum. Que decepção. Eu não tinha uma segunda opção em mente, então decidi que iria procurar um projeto bacana, independente do país, mas desde que fosse na Europa.
Achei: desenvolver atividades com crianças e adolescentes de orfanatos. Além de ser um projeto legal, a vaga ainda oferecia acomodação e uma refeição por dia. Me candidatei e falei para o meu pai: "tem uma grande chance de eu ir para Bucareste, capital da Romênia!" "Ro o que?" Eu também não sabia explicar. Meu deus, que país era aquele. Fiz uma entrevista via skype com uma romena. Enquanto a resposta não chegava, uma galera da Índia viu meu perfil e começou a oferecer vagas para ir pra lá. E não é que eu me interessei demais. Fiz uma entrevista também. Eventualmente as respostas chegaram: passei nas duas. Romênia ou Índia? Europa ou Ásia? Romênia: castelos, pubs, neve, cerveja, muita badalação. Índia: caramba meu, é a Índia. Quantas oportunidades uma pessoa tem de ir pra Índia?!
Você arrisca um palpite pra onde eu fui? Aí vai uma dica. Naquela época eu era um cara muito boêmio e que literalmente queria curtir a vida adoidado. Preciso dizer pra onde fui? Ah, a Europa me fisgou muito fácil. Eu já me imaginava visitando aqueles pubs, passeando por castelos e entrando num trem e saindo dele em outro país. Me arrepia só de lembrar.
Contrato assinado. Romênia na cabeça. Passaporte em dia. Comprei minha passagem. Já era Outubro e a data de ida estava certa (01/12/2013). Provas e trabalhos da faculdade fizeram com que o tempo passasse sem que eu percebesse.
Chegou o dia. Meu coração ainda bate forte lembrando daquele momento. Em poucas horas tudo estaria diferente: o idioma, as ruas, os carros, as pessoas. Eu estaria diferente.
Despachei as malas, passei pelo controle de passaporte. Olhei no relógio e já era hora. Já era a hora de eu pegar um lugar na janela, respirar fundo e começar a me preparar para os melhores 62 dias que teria na minha vida!

Está interessado em saber como foi essa experiência? Fique ligado. O To Sem Rumo vai te levar para uma incrível jornada européia sem te tirar do sofá, e com direito a uma visita ao Conde Drácula lá na Transilvânia.

Essa semana tem mais por aqui. Um grande abraço e boa viagem.

Um comentário:

  1. Pedro adorei seu blog! Parabéns!
    Ah o jeito como escreve me deu saudades de conversar com vc!
    Já estou ansiosa pelo próximo post!
    Sucesso! Bjos!

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